Páginas

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Paralisação causa atraso na entrega de mercadorias e encalhe nos centros de distribuição


A greve dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), deflagrada em 13 estados na noite última quarta-feira (29) e ainda sem previsão de acabar, já está causando problemas aos usuários com o atraso no serviço de entrega de mercadorias e correspondências. Além disso, o rastreamento das postagens, via site dos Correios, também está prejudicado, já que um grande número de consumidores supostamente não está conseguindo acompanhar o status da operação.

Nem mesmo o plano de contingência criado pela direção dos Correios para assegurar a entrega das mercadorias e correspondências tem resolvido a demora. Em Pernambuco, o secretário de política e formação sindical do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), Edson Siqueira, informou que o percentual de mercadorias entregues à população é mínimo e grande parte do volume permanece encalhada nas centrais de distribuição.

Procurada pela reportagem do Diario, a assessoria de comunicação dos Correios em Pernambuco confirmou o problema, mas discordou do percentual e afirmou, na tarde desta quarta-feira (5), que “95% das encomendas estão sendo entregues em dia”. No comunicado, destacou que  “toda paralisação gera esse tipo de situação com o encalhe de mercadorias”. Em relação ao plano de contingência, a assessoria afirmou que “está sendo executado com plantões nos fins de semana, horas extras e deslocamento de empregados para atividades de distribuição.”

Na Paraíba, as informações do sindicato local dão conta de que 35% do volume de mercadorias retidas nos Correios estão sendo entregues. A reportagem do Diario tentou falar com a direção do Sintect-PB, mas as ligações não foram atendidas. As duas partes, no entanto, parecem não se entenderem quanto às informações sobre a greve. O Sintect-PE discordou das informações passadas pelas assessoria sobre o atraso na entrega de mercadorias e garantiu que o movimento da classe teve forte adesão em todo o Brasil.

“Em Pernambuco, diria que de 2% e 3% das encomendas estão sendo entregues à população. No estado, são cerca de 4.040 trabalhadores e 90% desse pessoal está parado. O movimento teve forte adesão em todo o Brasil”, afirmou Edson Siqueira. A assessoria regional, todavia, rebateu os números do Sintect-PE e disse que “82,6% do efetivo total está presente, o que representa 3.223 empregados”. Questionada sobre a situação atual nos centros de distribuição no estado, desde o início da greve, a assessoria disse apenas que “o número acima (82,6% do efetivo total e 3.223 empregados em atividade) já inclui os centros de distribuição.”

O secretário do Sintect-PE também contestou as informações dos Correios de que o serviço de rastreamento de postagens pelo site da empresa não ficou comprometido com a paralisação da categoria. “O serviço está temporariamente fora do ar, foi retirado pela empresa para não agravar ainda mais a situação”, limitou-se a dizer Siqueira.

Os Correios negam que o serviço esteja comprometido. Sobre a questão, a assessoria regional informou que “não houve nenhuma paralisação ou redução dos serviços de rastreamento dos objetos”. A informação foi reforçada, também, através de um comunicado da assessoria em Brasília, no qual informa que “todas as agências estão abertas e todos os serviços, inclusive o Sedex, estão disponíveis, com exceção dos serviços de entrega com hora marcada em algumas localidades”.

Impasse

Com a falta de entendimento entre as partes, a paralisação parcial dos Correios será julgada pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cujo relator do processo é o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro. A greve dos funcionários foi deflagrada na semana passada sob a alegação de que os Correios teriam modificado, de forma unilateral, a gerência do plano de saúde dos trabalhadores, o CorreiosSaúde, por um novo operador, a Postal Saúde.

O sindicato alega, ainda, que o novo plano não garante como dependentes os pais dos funcionários e não cobre os aposentados. Segundo o órgão, a mudança também criou um pagamento mensal, independente de os empregados usarem ou não o plano. Desde o início de janeiro, o plano CorreiosSaúde, que atende os empregados da ECT e seus dependentes, passou a ser operado pela Postal Saúde, registrada na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com política e diretrizes definidas pela ECT. As regras do plano, segundo os Correios, não foram alteradas.


Ontem, a direção dos Correios afirmou, através de um comunicado em seu site, “que não haverá nenhuma alteração no atual plano de saúde dos trabalhadores, o CorreiosSaúde e nenhuma mensalidade será cobrada”. O documento ressalta também que “os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano de saúde não será privatizado, com todas as condições vigentes do CorreiosSaúde sendo mantidas e os percentuais de co-participação, que não serão alterados”. A empresa reafirmou que os trabalhadores não terão custos adicionais.

Sindicato da categoria diz que só 3% do volume de produtos estão sendo entregues. ECT informa que percentual é de 95%
Fonte: Diário de Pernambuco


Nenhum comentário:

Postar um comentário