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sábado, 13 de abril de 2013

Cursos online crescem e são opção de capacitação


Com a facilidade de acesso à internet, treinamentos grátis na web se multiplicaram. As aulas abrangem diversas áreas, como idiomas, finanças, sustentabilidade e até medicina

Para Ana Carla, alunos devem colocar em prática o que aprenderam na tela. Foto: Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press
Para Ana Carla, alunos devem colocar em prática o que aprenderam na tela. Foto: Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press
Há pouco mais de uma semana, o jovem Jandielson Ferreira, 20, começou a fazer um curso de inglês pela internet. A capacitação, que é gratuita, chamou a atenção dele, que está em busca do primeiro emprego. "Passei três meses pesquisando algum curso bom e decidi fazer este. Espero que tenha um peso grande no meu currículo", diz. Assim como ele, milhares de pessoas estão buscando na internet formas gratuitas de se capacitar.


Opções não faltam. Com o crescimento da rede, a quantidade de cursos online grátis se multiplicou. São capacitações de curta duração que abrangem diversas áreas, como idiomas, finanças, sustentabilidade e até medicina. Boas alternativas para quem está em busca de aperfeiçoamento em temáticas específicas.


"No primeiro mês de funcionamento do curso, tivemos mais de 70 mil acessos", diz Stavros Xanthopoylos. Foto: Divulgação

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é uma das instituições que disponibilizam cursos gratuitos para os internautas. São mais de 40 capacitações (com carga horária que varia entre 5h e 30h) nas áreas de tecnologia, filosofia, gestão, entre outras. "Fizemos uma experiência e, no primeiro mês de funcionamento, tivemos mais de 70 mil acessos", informa o diretor executivo do FGV Online Stavros Xanthopoylos. 



Segundo ele, a ideia é atender à demanda da crescente classe C, que cada vez mais tem procurado se aperfeiçoar. "A maioria dos nossos alunos têm uma renda de até R$ 2 mil, estão com idade entre 25 e 35 anos", informa o diretor. E as mulheres são maioria: cerca de 57% dos alunos são composto pelo público feminino. Atualmente são registrados cerca de 800 mil acessos a cada mês "O conteúdo das aulas é composto por compilações das nossas capacitações tradicionais, que são pagas", explica Stavros. Apesar da alta procura, apenas 15% das pessoas que se inscrevem conseguem imprimir o certificado.



Com mais de 500 opções de cursos, o grupo iPED atua no mercado desde 2001. "Percebemos que a internet estava crescendo e decidimos apostar no ramo", lembra o diretor da instituição, Fábio Neves. Além das capacitações gratuitas, que têm carga horária de 20h, há cursos pagos. "Nos dois últimos anos dobramos a quantidade de capacitações, e hoje temos cerca de 1,3 milhão de alunos em todo o país", diz Fábio. As opções contemplam áreas como enfermagem, turismo, odontologia, veterinária, entre outras.  



O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também oferece cursos, que são voltados para a área de empreendedorismo. "Para este ano, já temos mais de 80 mil inscritos", informa a gerente de Educação e Orientação do Sebrae-PE, Izabel Noblat. Segundo ela, os cursos atingem não apenas os empreendedores, mas estudantes que ainda estão na faculdade e desejam saber mais sobre o mundo do empreendedorismo. "A procura é muito grande, e temos a previsão de ampliar alguns de nossos cursos", diz. 



Com quatro cursos online sobre mercado de ações, finanças pessoais e investimentos, a Bovespa também atua no segmento desde 2010. "Cerca de 7 mil pessoas fazem as capacitações todos os meses", garante a gerente do Instituto Educacional Educacional BM&FBOVESPA. Para ela, as aulas ajudam os alunos a compreenderem melhor o mercado financeiro, além de mudar a forma como eles lidam com o dinheiro.




Cursos nem sempre são diferenciais



"Quem faz uma capacitação pela internet não pode se apegar apenas a isso. Elas são importantes, mas sozinhas não têm tanto peso no currículo", alerta a diretora de projetos especiais da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Pernambuco (ABRH-PE), Ana Carla Cantarelli. Segundo ela, é imprescindível que os alunos tenham como colocar em prática aquilo que aprenderam na tela.



O ideal, de acordo com a diretora, é que os profissionais escolham cursos que estejam relacionados a sua área de atuação. "Não adianta fazer milhares de capacitações se você não vai ter como aplicar aquilo no seu dia a dia", diz. Nesse sentido, é bom pensar duas vezes antes de fazer a escolha.



Foi o que fez a auxiliar administrativa Alexsandra Silva, 28. "Desde janeiro, já fiz três cursos que estão ligados a minha área de atuação", afirma. Segundo ela, depois das capacitações, o comportamento no ambiente de trabalho melhorou. "Agora, consigo expor minhas ideias de forma mais embasada e, principalmente, tenho consciência das tomadas de decisões feitas pela empresa", comemora.



"Cursos de instituições reconhecidas nacionalmente sempre agregam valor ao currículo", diz a professora de gestão de pessoas da Faculdade Boa Viagem (FBV), Simone Costa. Para ela, é importante que os alunos prestem atenção na entidade que está promovendo aquela capacitação e, principalmente, se há emissão de certificados. "É preciso que as pessoas estejam focadas na qualidade dessa modalidade de ensino", finaliza.

Fonte:Diário de Pernambuco

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