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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Já praticou educação financeira para você e para sua empresa?


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*José Edson Monteiro

Em países desenvolvidos, a educação financeira é parte integrante da educação cívica e consta da grade curricular de todas as escolas, públicas e privadas.
No Brasil nunca nos preocupamos com isso e, no máximo, a população tem visto o planejamento e a educação financeira como algo exclusivo dos ricos e das grandes empresas. Poucos consideram que ela poderia ser para pessoas comuns e para micro e pequenas empresas.
Por falta de educação financeira domestica, não temos em casa, geralmente, nenhum tipo de controle de gastos e despesas. Ora, como não estamos acostumados a fazer este tipo de controle financeiro em nossa vida pessoal, levamos para nossas empresas os erros e vícios adquiridos.
Em toda palestra que apresento, sempre faço a seguinte pergunta: Quantos de vocês têm e executam orçamento familiar? Menos de 10 por cento dos presentes respondem que sim. A gestão financeira é a maior causa da morte das micro e pequenas empresas no Brasil, pois habilidade de produzir e comercializar a maioria tem, mas peca por não dar a devida importância ao planejamento e controle empresarial.
Na maioria das vezes, o empresário retira do seu empreendimento mais do que ele (o empreendimento) pode suportar. Como ele não anota os seus gastos pessoais fica retirando o que precisa do caixa da empresa e quando mistura dinheiro pessoal com dinheiro da empresa é o começo do fim.
Então, nossa orientação é: Antes de pensar no orçamento da empresa, primeiro faça o orçamento pessoal. Quanto você precisa para viver? Se você não tem outra fonte de renda e vai viver do trabalho na sua empresa, tem que pensar bem de quanto vai ser a sua retirada, para saber se ela é capaz de pagar a importância que você precisa para sobreviver.
Muitos empresários não anotam o que retiram em mercadorias e em dinheiro do seu negócio. Como não anotam não têm a devida noção de quanto estão gastando. É muito comum encontrarmos casos em que o empresário diz que retira pouco ou quase nada e que não sabe para onde está indo o dinheiro.
Quando começamos a colocar todas as despesas pessoais no papel é que ele começa a ver o quanto está tirando sem perceber e que está tendo dificuldades na empresa por estar gastando mais do está ganhando.
O empresário tem que estipular um valor e não retirar mais do que isso. E, principalmente, não pagar com dinheiro e/ou cartão da empresa despesas pessoais e familiares. Ele tem que raciocinar como se empregado fosse e viver da sua retirada como viveria do seu salário.
Se qualquer pessoa gastar mais do que ganha, vai usar o limite do cheque especial, ficar “pendurado” em cartão de crédito etc.

O mesmo acontece com a empresa se sair mais dinheiro do que entra. Algumas pessoas dizem: mas eu ganho tão pouco como vou poupar?
Certamente, vocês devem conhecer dentro do circulo de amizades, ou dentro da própria família, dois tipos de pessoas: Uma que ganha pouco, mas vive sem grandes preocupações financeiras. Outra que ganha mais e só vive “aperreado”, inclusive, pedindo a toda hora dinheiro emprestado. É tudo uma questão de controle, disciplina e organização.
Finalizando, todas as pessoas Físicas ou Jurídicas têm que ter controle dos seus gastos, o grande segredo estar em gastar menos do que ganha e guardar a diferença.
É muito salutar ter uma poupança por pequena que for. Para a empresa, a melhor poupança é o famoso Capital de Giro, muito falado e pouco compreendido. Assunto que iremos tratar em outro artigo.

José Edson Monteiro é administrador e analista de Orientação Empresarial do Sebrae em Pernambuco

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