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sábado, 15 de dezembro de 2012

Pagar água, luz e telefone é prioridade para o brasileiro inadimplente

De acordo com a SPC Brasil e CNDL, o desemprego é apontado como principal causa das contas em atraso (Paulo de Araújo/CB/D.A Press)
De acordo com a SPC Brasil e CNDL, o desemprego é apontado como principal causa das contas em atraso


Os consumidores inadimplentes deixam de quitar a fatura do cartão de crédito e do crediário da loja para pagar em dia as contas de casa como água, luz e telefone. Enquanto os adimplentes se organizam para liquidar os boletos nas datas dos vencimentos sem pagar juros. É o que mostra a pesquisa inédita do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) sobre o perfil dos adimplentes e inadimplentes (confira na íntegra aqui). Foram entrevistadas 1.277 pessoas em todas as capitais brasileiras.

A economista Ana Paula Bastos, do SPC Brasil, avalia que os adimplentes priorizam o pagamento de boletos de acordo com a data de vencimento porque têm maior organização financeira. Já os inadimplentes colocam em primeiro lugar a quitação em dia das contas de serviços, com medo do corte. Segundo e pesquisa, 70% dos que estão com o nome sujo no SPC têm as contas mensais dos serviços essenciais em dia.

Desemprego. Esse é o principal motivo apontado pelos inadimplentes para deixar as contas atrasadas. A resposta é contraditória quando se observa as baixas taxas de desemprego registradas pelas sondagens do mercado de trabalho. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME/IBGE) apontou taxa de desemprego de 5,3% em outubro. Ao mesmo tempo, os entrevistados citam as compras por impulso e a falta de controle financeiro como as causas da inadimplência.

O que leva às pessoas ao endividamento? Não é preciso muito esforço para descobrir os vilões do bolso. A pesquisa do SPC é taxativa: independente da classe social, renda, idade e do sexo, os bens duráveis são os principais inimigos do orçamento familiar. Em segundo lugar vêm as roupas e os calçados com 62%, seguido dos eletrodomésticos com 29% e móveis com 14%.  

“As pessoas se endividaram  mais nas classes CD do que nas classes AB porque aumentou o acesso ao crédito. Havia uma demanda reprimida de consumo de bens duráveis nessa faixa de renda. Além disso, verifica-se que essas pessoas não sabem planejar as compras e falta educação financeira”, comenta Ana Paula. 

A pesquisa aponta que 62% dos entrevistados pretendem quitar as contas em atraso e 83% dos inadimplentes querem renegociar a dívida com o credor. Um dado preocupante é o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas. Do total de entrevistados, 34% comprometem de 10% a 30% da renda mensal para pagar dívidas. 

Mesmo endividados, 55% dos inadimplentes fazem planos para comprar vestuário e calçados nos próximos seis meses e outros 22% pretendem fazer compras parceladas no cartão de crédito. “É um grande risco porque no início do ano tem as grandes despesas com impostos, matrícula dos filhos e material escolar”, alerta a economista do SPC Brasil.

Fonte: Diário de Pernambuco

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