Detalhamento de pesquisa divulgada pelo SPC em abril mostra como cada cidade-sede enxerga as oportunidades de negócio trazidas pelo evento
Estudo divulgado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) no final do mês de abril mostrou que, faltando menos de dois meses para o início da Copa das Confederações, mais da metade dos comerciantes brasileiros não havia se preparado para receber os turistas que devem circular no país durante os jogos. O SPC Brasil agora revela um detalhamento da pesquisa e mostra um comparativo de como empresários e prestadores de serviço de cada cidade-sede estão se preparando para receber o evento e quais serão os impactos econômicos decorrentes da chegada de milhares de turistas ao país.
Como será o consumidor estrangeiro?
O desdobramento da pesquisa mostra que os empresários de Recife (PE) são os que mais acreditam que o comportamento da clientela estrangeira será diferente do comportamento da clientela atual. Na avaliação de representantes da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), apesar de a capital pernambucana ser uma cidade litorânea e possuir um dos maiores carnavais de rua do país, a maioria dos turistas que visitam Recife (PE) ainda é formada por brasileiros vindos da Região Nordeste e do próprio estado de Pernambuco.
Já na outra ponta, os entrevistados da cidade de Brasília acreditam que o poder aquisitivo dos consumidores não vai ser muito diferente do atual (50%), percentual abaixo do registrado nas outras capitais. Para a CNDL,
Brasília, por ser a capital do país, é uma cidade que já movimenta um público de diferentes nacionalidades, com poder aquisitivo maior, ou seja, estes empresários já negociam com um público mais exigente.
No que diz respeito à nacionalidade, o Rio de Janeiro chama atenção: diferentemente de outras capitais que vão sediar o evento, apenas 43% dos entrevistados acreditam que o consumidor que vem para a Copa das Confederações será diferente do atual. Para representantes da CNDL, o Rio de Janeiro é tradicionalmente uma cidade de turismo intenso em várias épocas do ano e, dessa forma, os empresários locais já estão ambientados com as diferenças culturais e com a nacionalidade dos turistas.
Onde o empresariado deve investir?
Fortaleza (CE) foi a cidade que apresentou o menor percentual (5%) na afirmação “não vou conseguir ficar preparado até o evento da Copa das Confederações”. No entanto, 51% dos empresários afirmaram que não irão se preparar para o evento. Quando questionados do porquê, a maior parte respondeu que “não considera o evento importante” (20%). Isso demonstra, para a CNDL, que o empresariado da capital cearense não está enxergando as oportunidades de negócios e de ganhos com o evento.
Quando questionados sobre os aspectos mais importantes na capacitação de um funcionário, a fluência de outros idiomas no Rio de Janeiro apresentou o menor percentual (20%) em comparação com as outras cidades. No entanto, foi a cidade que mais citou o “bom atendimento” como quesito mais importante para se investir. Já o empresariado de Belo Horizonte é o que mais acredita ser fundamental que o funcionário esteja bem informado a respeito de roteiros e pontos turísticos da própria cidade.
Treinamento
84% dos empresários nas cidades-sede não participaram de palestras ou workshops a fim de se preparar para o atendimento aos turistas durante os eventos esportivos de 2013 e 2014. Salvador/BA é a capital com maior percentual de empresários que afirmaram ter participado de alguma palestra ou workshop sobre atendimento ao turista nos eventos esportivos (30%). Nas demais capitais pesquisadas, este percentual variou entre 7% e 19%.
Este dado revela que nas demais capitais ainda há uma demanda pouco explorada quanto a este tipo de treinamento, tendo em vista que 65% dos empresários que não participaram de palestras ou workshops de capacitação para atender o turista possuem interesse em participar de eventos deste cunho.
Analisando-se o detalhamento por cidade, a exceção foi o Rio de Janeiro (RJ), na qual apenas 43% dos empresários se mostraram interessados em participar de palestras/workshops. Vale ressaltar que o Rio de Janeiro é a cidade com a experiência mais recente na execução de eventos esportivos de grande porte (Jogos Pan-americanos de 2007), o que pode ter contribuído para este menor interesse na participação em palestras/workshops, dada a experiência prévia.
De olho no futuro
Para a CNDL A Copa das Confederações pode ser considerada uma oportunidade que o setor de comércio e serviços terá para testar seus pontos fortes e de estrangulamentos e reformular suas estratégias antes da Copa do Mundo. É importante que as cidades estejam preparadas para receber um fluxo elevado de turistas, pois se trata de uma oportunidade que o Brasil terá para se mostrar como um país em pleno desenvolvimento econômico, com riqueza de recursos, diversidade cultural e com grandes chances de negócios.
Fonte: SPC Brasil
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